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sábado, 12 de março de 2011

- o meu adeus


Querida Mainha,
Imagino o quanto deve ser difícil ler essa carta, já que provavelmente, não seja eu quem esteja te entregando.
Nesse momento eu estou preso no escritório. Até agora não consigo entender o que aconteceu, sei apenas que, provavelmente, houve um terremoto e que estou preso sob a minha mesa. Não sei exatamente o que houve, mas sei que estou sozinho aqui. Faz algum tempo que eu grito e ninguém responde; acho que é um milagre estar vivo embaixo dos escombros de um prédio de dez andares. Percebi que não tenho muito tempo porque estou com certa dificuldade para respirar - maldito cigarro, devia ter dado mais atenção ao que você dizia. Encontrei um papel e uma caneta aqui e na esperança de dizer adeus estou escrevendo para você.
Suas palavras... Sempre foram as suas palavras que me ajudaram a seguir pelo caminho certo, nunca me arrependo de tê-las ouvido. Palavras doces de conselho, de alegria e que nos momentos mais tristes eram inaudíveis, mas mesmo assim eu conseguia ouvi-las com meu coração.
É mainha, eu acho que cheguei ao fim da minha carreira, eu não sabia que iria ser tão rápido. Só fico triste por saber que a senhora vai ficar triste e eu não vou poder enxugar as tuas lágrimas, nem te fazer se perder em meus braços como todas às vezes eu fazia quando te abraçava. Minha pequena, minha rainha, minha heroína, minha amiga... Se eu soubesse que eu iria te deixar tão cedo não teria saído da tua casa tão depressa. Teria aproveitado mais vezes das nossas conversas na manhã de domingo, sentados à mesa, tomando aquele chocolate quente que só as tuas mãos delicadas sabiam fazer. Teria aproveitado mais os dias em que ficávamos na rede, balançado e conversando como dois amigos.
Eu acho que essa é minha deixa. Nunca na minha vida pensei em dizer um adeus eterno para você, ainda mais tão cedo. A senhora sabe o quanto me fez feliz nessa vida né? O quanto foi a mãe mais perfeita e principalmente a melhor amiga do mundo. Nunca se esqueça disso mãe.
Não se preocupe, eu não estou mais com medo, é como se a senhora estivesse aqui, passando a mão nos meus cabelos, falando baixinho e isso está me deixando com sono. E é isso que eu vou fazer: dormir, apesar de saber que isso te incomodava muito né? Sempre me chamando de dorminhoco.
Bom, mãe, eu queria te pedir para dizer a todo o pessoal – família, amigos – que eu os amo muito. E a você, sempre esteja certa, em toda minha vida eu sempre te amei mais que tudo! Seja feliz mainha, sempre amando, como a senhora me ensinou!

                                                          Com todo o amor que ainda me resta, Pequeno.

Verso: A você que encontrar esse papel, eu faço meu último pedido: entregue nesse endereço, à minha mãe, tenho certeza que com isso me sentirei em paz. Obrigado.


34º Edição Cartas - Bloínquês

2 comentários:

  1. - tem um selo oficial pra ti em meu blog :) pegue-o :*

    http://youlove-youlearn.blogspot.com/p/presentes-da-caixa_05.html

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  2. Sua carta estava ótima, completamente dentro do tema, e praticamente sem erros ortográficos. Gostei do seu layout, bem bacana. Mas seu pudesse te deixar uma dica, essa seria: Ouse mais. De resto parabéns pela escrita e tenha um bom final de semana! É ótimo ter mais meninos no BLQ <o/. Abraço.

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