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domingo, 9 de janeiro de 2011

- Encontrar alguém pra amar

Encontrar alguém pra amar não é fácil, principalmente quando se está com o coração fechado. Mas esse era o seu maior desejo: AMAR! Ser correspondido era uma consequencia, estava incluído no pacote. Mas como eu disse não é fácil, porque quando estamos à procura de alguém, geralmente procuramos pela perfeição, senão algo bem próximo. Mas ele não era assim, apesar de um coração dilacerado, ele ainda mantinha viva a esperança de um dia encontrar a pessoa certa pra amar.
Sim, ele sofrera bastante até aqui, costumava dizer com facilidade que amava - talvez por não entender o sentimento ou simplesmente por amar de verdade - e isso foi um grande problema. Tudo aconteceu tão depressa que a única alternativa era guardar os restos desse coração em um local seguro, pra que ninguém pudesse voltar a danificá-lo.
Mas como eu disse amar era o maior desejo dele, só que agora tinha uma diferença ele não demonstrava isso na frente das pessoas. Em seu convívio ele era conhecido como egoísta ou mesmo anti-social, não que ele fosse uma má pessoa ou que ele quisesse demonstrar isso, ele apenas não conseguia agir de outra forma.

Andava pelas ruas observando os olhos das pessoas que passavam por ele querendo entender o motivo de elas serem tão desligadas desse sentimento tão nobre, tão único. Ele via o quanto as pessoas não se interessavam em ajudar as outras. No percurso que ele fazia todos os dias ele percebia que várias pessoas davam algumas moedas para um mendigo que sempre ficava no mesmo canto, todos os dias. Ele observava que muitas pessoas o ajudava, mas nenhuma delas parecia feliz em fazer aquilo, parecia mais uma obrigação do que caridade. Mas ainda sim ele preferia acreditar que existiam pessoas boas e que uma delas seria a perfeita - pra ele - pois ele acreditava ser um sonhador, mas sabia que não era o único.

Naquela manhã de domingo tudo parecia normal. Mas ele sentiu que alguma coisa estava estranha em seus pensamentos, na verdade alguém. Uma pessoa de aparência triste, com cabelos castanhos  sobre os olhos, um sorriso forçado. Ele não entendia o porquê, mas aquela pessoa que lhe sorriu depois de lhe pedir desculpas por esbarrar e fazê-lo derrubar suas coisas na saída do trabalho, seria sua primeira lembrança àquela manhã. Ele simplesmente levantou, tomou seu café, leu seu jornal, fez sua corrida matinal, mas ainda sim depois de tanto desviar seus pensamentos ele ainda acabava encontrando aquele olhar e aquele sorriso em sua mente. Era como se tivessem colocado uma foto dentro de sua cabeça. Ele não entendia, mas deixou passar, com o tempo vai passar, pensou ele.

Na segunda-feira pela manhã, ele agradecia por aquela 'foto' ter saído de sua mente. Chegou no trabalho sem nem mais pensar nisso. No momento em que a porta do elevador abre, ele sente um arrepio no seu corpo, e ouvi um voz que antes ele não havia percebido que era tão suave, mas que demonstrava tristeza. "Sobe" disse a pessoa, a mesma dona dos cabelos castanhos sobre os olhos, sorriso forçado e triste e agora com uma voz incrivelmente suave e linda.

Ela sobe o olhar e ao encontrar com o olhar paralisado dele, ela muda a feição do seu rosto, um misto de espanto com alegria, os dois pareciam ter a mesma sensação. E realmente era. Finalmente ele entra no elevador e com uma satisfação diz: Bom dia! E no mesmo tom de satisfação, alegria e um certo alívio ela respondeu: Bom dia! Logo depois seus olhos brilharam e seu rosto ficou em um tom de rosa, ela logo mudou a direção do olhar com medo de  ele perceber, mas era tarde demais.

A partir dali ele sentiu que não adianta andar pelo universo atrás da pessoa certa pra amar, na verdade em algum momento ela aparece. Naquele instante a porta que guardava o seu coração foi aberta, e por mais incrível que pareça, ela sentiu isso também.

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